segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Caminhos

Remisquedo (Linha do Tua), 2012

Que é feito
dos caminhos de outrora,
rodados sem presas
por solavancos de história gemida?

Os ferros e as tábuas
tinham a alma das conversas de aldeia,
balanceadas em pouca-terra, pouca-terra...
por horas longas e preguiçosas.
Ensonava-se...

Um silvo vivo e longo
interrompia a espaços
o adormecimento das peças e das gentes.
Voltavam conversas, soavam ditos,
roçavam-se risos pelos ouvidos...

4 comentários:

Vivian disse...

...sempre achei que as paredes
tem histórias, caminhos tem
historias.

oxalá todas eles fossem
felizes lembranças.

encanta-me esta sensibilidade
que te habita!

que lindo é isso!!

Carlos pimentel disse...

Esta fotografia eternizará dois factos: os serviços prestados pelo abrigo da guarda da linha e o abandono a que foi votado.
pai

Anónimo disse...

Que lindo!! Verdadeiro. Adorei

Teresa disse...

É assim o tempo: apaga sons,
pica as tábuas, corrói paredes,
limpa memórias.
Mas...
As tuas palavras consomem-no
com a eternização dessas lembranças
que ganham asas sobre as páginas
vazias.