Famalicão, 2009
Quando as palavras fogem à pena,
Por selvagens e bravias,
Cedo ou tarde se sujeitam,
ou se domam.
Cedo ou tarde
se fazem servir.
E as que voam em cor
Por raias de horizonte?
Essas fluem,
Donas de si,
Estranhas e leves!
Às vezes…
Não se prendem nem sujeitam.
Emaranham emoções,
Desenham desejos, paixões,
Esfranjam-se, dissipam-se e levam,
Para lá do horizonte,
O poema e a cantiga.
Na voz, o silêncio.
No papel, um alvo ou negro nada.
E na alma…
Palavras esfumadas
Sem serem presas, domadas
São íntimas, sós, secretas, não partilhadas!