Gruta das Alcobertas (2017)
Metalizou-se
sonora,
em tela
vibrante e líquida,bordejada a tons de terra e fogo,
uma gota de cristal,
desprendida do véu do silêncio.
E o som,
cristalino e puro,
desenhado em
círculos de ouro,na superfície da água,
não feriu o silêncio da câmara.
Não desassossegou, nem um instante,
a luz e as sombras que se dão
à atenção do olhar.
Antes o fecundou
de sentido.
E o silêncio,
gotejado a espaços,vive de vida, vive de paz,
É terra que apraz
e que, fresca e pura,
abraça e acolhe
os sentidos e o ser.