Guiços

Aveiro 2008

Por vezes…
São nus, os guiços.
São rudes… os ramos.
Que se desenham no pensar!

Mas neles…
Fervilham seivas de emoções.
E neles moram desejos.
Deles brotam as paixões
Que os vestem de palavras.

E depois…
Assim vestidos de ser,
Anunciam pétalas ao vento
Dão vida a amores e a dores,
Mentem…
Dizem verdade,
Dão significado à saudade
Cedem sonho e pensamento.

Contrário

Lagoa, VNF (2009)

Quero lá saber de grandes coisas,
E de feitos inigualáveis.

Quero lá saber de aventuras,
De guerras e de conquistas.

Quero lá saber de certezas,
E de rios de verdades.

Agora o que quero…

É, em pleno prazer,
Nem que seja por um segundo,

Ver todo o mundo ao contrário!

Rede

Vila Chã (Vila do Conde), 2009

Há-de ser esta a minha dor,
A minha angústia,
De tecer as teias
Em que me enleio?

Ou meu valor?
E por elas me liberto,
Prendendo a vida e os outros,
Em laços de sedução?

Se cansar as mãos que são minhas,
Se a minha pele gretar,
Da passagem destas linhas

Que os nós que der sejam lassos
Para escorregar, por eles a dor.
Sejam laços de vida e amor.
Sejam firmes, sejam rede
Sejam rede de enlaçar.

Sorriso na lua

Famalicão, 2009

Pendura um sorriso na lua
Se achares a noite escura.

E ela, em outra noite,
Responderá com luar!