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Imagens em Famalicão, 2009
Apenas, com o meu olhar, me comprometo. Só.
Ervedosa (Vinhais), 2009
Porque…
Mesmo nas dores
e para lá das lágrimas…
Sempre pode existir uma luz
capaz de calar o frio dos dias de ontem
e abrir lugar a olhares novos.
Famalicão, 2009
Às portas da noite
Em luz nua e bela
Namorou o luar
Aqueceu a paixão
Iluminou a beleza
Sentiu a certeza
De ser uma estrela
Do tamanho da mão
Brilhou,
Brincou, sorriu…
Fadou.
Enamorou-se de si!
Deslumbrou-se
E mentiu!
A luz da cidade
Pensou que era sol!
Num raio de alva,
Experimentou a tristeza!
Perdeu a beleza,
E a perda doeu!
Na câmara do sol,
A luz da cidade
Saiu à verdade
E leu que o seu fado
É ser brilho amado
Em noite de breu!
Douro, na Ribeira do Porto (2009)
Passei para lá das leis
Que a física ordena.
Dei-me a asas,
Fui Fernão!
E num momento…
Abracei o ar.
Deixei o peso do corpo
Em amarras de água e terra.
Voei para lá do mar.
Vi!
E pude provar,
Por valor do pensamento,
Alvo e leve
Magnífico!
O encanto de VOAR.
Serra de Montesinho (Bragança), 2009
Aqui me encontro,
Onde me alimento de mundo.
Para lá um monte, outro,
Até que o horizonte
Se confunde com o céu,
Em tons de azul e cinza!
O universo em mim
E eu sobre a terra
Firme entre calhaus?
Tombado sobre o fraguedo?
Serra de Montesinho (Bragança), 2009
Como seja!
Eu e a Terra … Olhando o Céu!
Por vezes…
São nus, os guiços.
São rudes… os ramos.
Que se desenham no pensar!
Mas neles…
Fervilham seivas de emoções.
E neles moram desejos.
Deles brotam as paixões
Que os vestem de palavras.
E depois…
Assim vestidos de ser,
Anunciam pétalas ao vento
Dão vida a amores e a dores,
Mentem…
Dizem verdade,
Dão significado à saudade
Cedem sonho e pensamento.
Lagoa, VNF (2009)
Quero lá saber de grandes coisas,
E de feitos inigualáveis.
Quero lá saber de aventuras,
De guerras e de conquistas.
Quero lá saber de certezas,
E de rios de verdades.
Agora o que quero…
É, em pleno prazer,
Nem que seja por um segundo,
Famalicão, 2009
Pendura um sorriso na lua
Se achares a noite escura.
E ela, em outra noite,
Responderá com luar!
Jales (Vila Pouca de Aguiar), 2009
Não recearei os caminhos,
Se é na liberdade que os sigo.
Nem os que piso,
Nem os que vejo.
Nem aqueles que defino!
Só recearei os caminhos,
Que não me são livres.
Os que me impõem,
Os que me escondem do olhar.
Os que mascaram de trilháveis...
Seide (Casa de Camilo) 2008
Porque são tão difíceis as palavras?
Porque custa, assim, escrever?
Não existem elas, no meu sentir?
Não moram no pensamento?
Então,
Porque não revelam
E não se fazem acto de dizer o que penso?
É bem grande, afinal…
A distância entre o sentir e a palavra!
França (rio Sabor), 2008
Visito o livro dos dias
Em meu dia de ano novo.
E nele encontro, de mim…
Desenhos, rabiscos e temas
De escritos em prosa e poemas
A que falta dar um fim.
Encontro momentos de sonho,
De amor e de encanto
E encontro prazer tamanho
No soar, em leve canto,
Das memórias que são queridas.
Encontro terras sofridas
Pela lavoura dos dias.
Encontro batalhas perdidas.
Mas também vejo vitória,
Prazeres, gozos e magias
Em dias que fica na história.
Encontro dias a fio,
Neles refresco o meu hoje.
Do passado, nada foge.
Nele assento o amanhã!