sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Silêncios

Gruta das Alcobertas (2017)

Metalizou-se sonora,
em tela vibrante e líquida,
bordejada a tons de terra e fogo,
uma gota de cristal,
desprendida do véu do silêncio.

E o som, cristalino e puro,
desenhado em círculos de ouro,
na superfície da água,
não feriu o silêncio da câmara.
Não desassossegou, nem um instante,
a luz e as sombras que se dão
à atenção do olhar.

Antes o fecundou de sentido.
E o silêncio, gotejado a espaços,
vive de vida, vive de paz,
É terra que apraz
e que, fresca e pura,
abraça e acolhe
os sentidos e o ser.


Gruta das Alcobertas (2017)

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