terça-feira, 4 de junho de 2013

Lugar do som

Leiria (Órgão de tubos da Sé), 2013

E foi no lugar do som
que a minha alma encontrou a tua
e nela se dissolveu.

Pintou-se de prata e ouro
vestiu-se de madeiras quentes
e esgueirou-se, em contra luz,
pelas estrias dos silêncios.

Roçou pedras de cal
nas asas das brisas leves,
tocadas das rimas de sol
filtradas pelos vitrais.

E a luz...

E a luz misturou os seus tons
de prata e ouro
com madeiras quentes,
pedras frias e traços de azul.

E a luz...
E a luz revelou, em traços de azul,
leves rastos da minha alma
que se esgueirara
pelas estrias dos silêncios.

Senão quando, fecundada na tua,
no lugar do som
ecoou, inteira e grande,
em consumado desejo.

1 comentário:

deep disse...

Bela conjugação de palavras e de ritmos.